quarta-feira, 5 de maio de 2010

Geografia da População (parte 2)

China e a questão demográfica

clip_image004

- A China é o país mais populoso do mundo com mais de 1,3 bilhão de habitantes concentrados na porção oriental do território.

clip_image005

- Na década de 70 foi implantada a política de filho único, válida para a etnia Han (existem mais de 50 etnias minoritárias no país) que vive nas áreas urbanas – estímulo ao uso de métodos contraceptivos, comitês de controle de natalidade, permissão para o aborto e esterilização das mulheres que já tenham tido o primeiro filho.

- Multas pesadas para os casais que insistirem em ter o segundo filho.

- Preferência da população chinesa pelo filho do sexo masculino – predomínio da população masculina – dificuldade de arranjar casamentos para os filhos

- Modificação da tradicional estrutura familiar pela política de filho único

- Dificuldade de implantação da política entre os “novos ricos” chineses.

- Problemas de distribuição da população em função do fluxo migratório do campo para a cidade, especialmente para as cidades localizadas em zonas litorâneas.

clip_image006

Principais grupos étnicos chineses

clip_image007

Revista 'MUNDO e MISSÃO"

Demografia

CHINA: a tragédia do filho único

Conforme os resultados do recenseamento publicado em Pequim, em 28 de março deste ano, a população da China teria chegado a 1 bilhão e 265 milhões de habitantes no fim do ano 2000. Teria havido um aumento populacional de 132, 12 milhões em relação ao recenseamento de 1990. A taxa de crescimento populacional - após o plano do filho único imposto pelo governo comunista em 1980, para frear o aumento da população - teria-se estabilizado em torno de 1,07 ao ano, (-0,4% em comparação à década de 80); enquanto a taxa de fecundidade por mulher em idade fértil caiu para 1,8 filho contra os 4 filhos dos anos 70. Todavia, o que criou graves problemas foi a diferença entre as meninas e os meninos recém-nascidos, que se agravou com esse plano do filho único.

Pela lei biológica de sobrevivência da humanidade, a diferença entre os sexos deveria ser de 102-106 meninos para 100 meninas.

A média nacional na China é de 117 meninos para 100 meninas, chegando, em certas províncias do interior, a 163,8 meninos.

As conseqüências são graves porque, na idade de casar, não há um número suficiente de moças para todos os rapazes. Para amenizar essa situação, as famílias em boa situação financeira tentam importar, ilegalmente, mulheres de países vizinhos, mas existe o perigo de as noivas clandestinas receberem multas e serem repatriadas, após um período nas prisões chinesas.

Se os moços não tiverem dinheiro suficiente para arrumar alguma moça chinesa ou para importar dos países vizinhos, não podem formar família, o que se transforma numa tragédia nas tradições culturais chinesas fundadas sobre o confucionismo.

O menino na China de sempre

O número de moças que falta já estaria na casa de milhões e as causas são facilmente identificáveis: elas foram vítimas de infanticídios, de abortos provocados pelos pais quando descobriam que o feto era uma menina ou foram abandonadas nas encruzilhadas das ruas quando recém-nascidas. Alguns pais as escondem e não as declaram ao Estado, correndo perigos de sanções e prisão, se forem descobertos.

Na China, a preferência dos pais pelo filho de sexo masculino é uma tradição profundamente arraigada, desde a idade feudal. No filho homem, concentra-se a responsabilidade de manter os pais quando idosos, de possibilitar-lhes um enterro solene, de fazer as oferendas sobre os túmulos deles para as necessidades após morte, conforme a tradição confuciana. Somente o filho homem é o único herdeiro dos bens da família.

A menina, pelo contrário, é destinada a se casar pouco importa se gostar ou não, se for amada ou desrespeitada pelo marido. O divórcio ou separação está fora de discussão. Uma vez casada, ela está casada para sempre e pertence à família do marido, exatamente como na sociedade feudal. Ela deve gerar filhos, possivelmente homens, para o marido e fazer sua vontade.

Até pouco anos atrás, o símbolo da submissão da mulher era a prática de impedi-la que desenvolvesse pés normais, por meio de bandagens que lhes eram impostas desde os primeiros anos de vida. Esta prática iniciou-se nos anos da dinastia dos Tangs (618 - 907) e foi eliminada pelo regime maoísta. Os pés pequenos eram uma maneira de tolher-lhes a liberdade de movimento, de modo que a mulher ficasse praticamente presa em casa e a moça que não tivesse pés pequenos não era aceita como esposa.

A mulher após o regime maoísta (1949- 1979)

A China maoísta tentou libertar a mulher dessas discriminações dando-lhe, teoricamente, os mesmos direitos políticos, econômicos e socioculturais que os homens. Pela atual lei, teoricamente, estão proibidos os matrimônios arranjados, a mulher pode pedir o divórcio ou se separar, pode herdar e receber um salário em paridade de trabalho com os homens.

Apesar disso, as desigualdades continuam ainda em todas as fases de sua vida. A preferência ligada ao sexo é mais forte que a lei, especialmente no interior e nas regiões mais pobres da China. De fato, a lei e as conseqüências demográficas cedem diante do pragmatismo e da tradição que ainda preferem filhos homens e desconsideram a mulher na organização familiar.

As nefastas conseqüências do filho único

Em janeiro de 1980, quando a população chinesa já passava de um bilhão, o governo central lançou o "Documento nº 1" que tentava planificar os nascimentos com um conjuntos de medidas para limitar a um único filho por casal. Havia uma série de vantagens para quem se limitasse a um único filho, de multas e restrições civis para quem tivesse mais de um filho. Esse documento, com suas promessas e ameaças, fez baixar a natalidade nas cidades e na zona rural. Promovendo a política do filho único, o governo certamente não tinha a intenção de ressuscitar os conceitos feudais sobre a inferioridade da mulher, mas acabou por reforçar sua inferioridade e é isso que está acontecendo na China de hoje. Se um casal pode ter somente um filho, conseqüentemente vai querer um filho homem, sendo esta uma exigência cultural ainda profundamente arraigada no povo chinês. Se, por acaso, o bebê é menina, surge para o casal um gravíssimo problema ético e cultural: se ficar com ela, não pode mais ter o filho homem. A triste realidade é normalmente a morte ou o abandono da menina recém-nascida.

O infanticídio de recém-nascidas ou sua exposição nas ruas vêm de longa data e, nas cartas que os missionários enviavam, era denunciado como o pecado hediondo dos chineses. Hoje, quem visitar os orfanatos do governo ou da Igreja patriótica perceberá que lá existem somente meninas e raríssimos meninos, geralmente deficientes mentais.

O menino excepcional, não podendo cumprir seus deveres filiais, conforme os preceitos confucianos, é equiparado à menina, considerado inútil e um peso para os pais e portanto será abandonado a sua triste sorte: Morte ou orfanatos oficiais.

Uma denúncia da Comissão dos Direitos Humanos da Ásia, composta por católicos, budistas e islâmicos, registra que, nos anos 80, em regiões rurais e do interior, já faltavam 800 mil mulheres para casamento. Essas situação tornou-se cada vez mais grave, tanto que as autoridades do Comitê Central do Partido Comunista da China com o Conselho dos Negócios do Estado, em 7 de maio de 2000, publicou algumas notas, tentando esclarecer certos pontos do Documento nº 1, sem negar, porém, a política do filho único: "O governo autoriza uma certa flexibilidade na aplicação da política do filho único" e o porta-voz do governo da Comissão do planejamento familiar, Chen Shengli, explica que "o modelo familiar com um único filho jamais foi uma política de planejamento imposta aos casais ... mas somente um modelo de uma linha diretora de comportamento".

Diante da previsão de que, em 2010, a população da China vai ultrapassar um bilhão e 400 milhões de habitantes, um estudo atento dos novos documentos revela porém, que a política do filho único será retomada com força, como confessa o mesmo porta-voz, quando afirma que "este objetivo de manter aquém o número dos habitantes, será conseguido somente com a política do filho único por casal, política que iniciou em 1980".

Resumo do documento publicado pela Eglise d'Asie, em abril de 2001

Índia

clip_image009

População da Índia ultrapassará a da China em 2035

A China está prestes a perder o título de país mais populoso do mundo. A Índia, que tinha 1,029 bilhão de habitantes em 2001, deverá superar a população chinesa em 2035, quando chegará a 1,460 bilhão, segundo o Escritório do Censo em Nova Délhi. A China tinha 1,265 bilhão de habitantes no ano 2000 e, de acordo com Pequim, este número está estável.

De 1991 a 2001, data do último censo realizado no país, a população da Índia aumentou em 182 milhões de pessoas, informou J.K Banthia, porta-voz do Escritório do Censo, no Dia Mundial da População. O estado de Uttar Pradesh, no norte do país, é o mais populoso, com 166 milhões de pessoas, seguido por Maharashtra, no litoral oeste e cuja capital é Mumbai, e Bihar, no norte do país, com 97 e 83 milhões de pessoas, respectivamente.

Banthia também afirmou que 35% dos mais de 1 bilhão de pessoas que habitam a Índia são analfabetos, índice que dispara no caso das mulheres, entre as quais o grau de alfabetização é de somente 53,7%, enquanto no caso dos homens chega a 75,3%.

Os dados do censo indicam uma redução considerável da população feminina, que era de 945 por cada mil homens em 1991 e passou a 927 mulheres a cada mil homens em 2001. Na Índia, muitas famílias preferem ter filhos homens, já que eles podem contribuir economicamente para a manutenção do lar, enquanto as mulheres têm de pagar dote para se casar e, portanto, representam um peso econômico para a família.

A.R. Nanda, diretor da organização independente Fundação da População da Índia, disse que o país alcançou um crescimento demográfico de 1,6% anual. O diretor advertiu que "a imposição de planos arbitrários para o controle da população poderia provocar um desequilíbrio entre homens e mulheres, já que a maioria das famílias prefere ter meninos".

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI341747-EI294,00.html

clip_image010

Índia usa estratégia mercadológica para distribuir camisinha

da Reuters em Nova Délhi

As melhores coisas não costumam ser de graça. Com isso em mente, as autoridades indianas começam a perceber que vender camisinhas baratas é mais eficiente que distribuí-las gratuitamente para promover o controle do crescimento populacional.
“Ninguém dá importância a algo que recebe de graça”, disse um funcionário do Ministério da Saúde da Índia. "Se eu cobrar pelo produto, você o usará melhor."
Especialistas no assunto dizem que, em alguns lugares, cerca de 75% das camisinhas eram desperdiçadas ou usadas como matéria-prima para a produção de sandálias.
Enquanto o país tenta domar a explosão demográfica, também enfrenta um crescente problema com a Aids. Segundo a ONU, cerca de 3,7 milhões de indianos estão infectados com o vírus HIV.

Camisinhas e pílulas anticoncepcionais são os principais métodos utilizados pelas autoridades encarregadas do controle de natalidade na Índia. Ambos vêm sendo vendidos por meio de uma estratégia chamada de “marketing social”.

O “`marketing social'' consiste em utilizar empresas privadas ou agências de ajuda humanitária para promover e vender produtos com o objetivo de melhorar o bem-estar social.
No caso do controle da natalidade e prevenção à Aids, significa dar nomes atrativos e planejar estratégias de propaganda para promover camisinhas e pílulas, e vendê-los depois com preços subsidiados.

As camisinhas do governo receberam nomes sugestivos, como “Mauj” (Prazer), “Zaroor” (Seguro), “Pick Me” (Pegue-me) e “Masti” (Diversão). As novas marcas copiam a estratégia de marketing de outras marcas famosas de camisinhas do país, como a “Kama Sutra”.
O Ministério da Saúde ainda mantém a distribuição gratuita. Porém, distribuiu no período 1999-2000 624,4 milhões de camisinhas, bem menos que as 891,2 milhões oferecidas em 1995-96.
No mesmo período, o número de preservativos distribuídos por meio do “marketing social” subiu de 162,92 milhões para 472,9 milhões.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u14633.shtml

IDIOMAS: hindi (oficial), línguas regionais (principais: telugu, bengali, marati, tâmil, urdu, gujarati).

RELIGIÃO: hinduísmo 80,3%, islamismo 11% (sunitas 8,2%, xiitas 2,8%), cristianismo 3,8% (católicos 1,7%, protestantes 1,9%, ortodoxos 0,2%), sikhismo 2%, budismo 0,7%, jainismo 0,5%, outras 1,7% (em 1991).

As duas faces da Índia

“Ela se chama Maya, tem 25 anos e é hindu. Seu marido é entregador. Maya tem cinco filhos e vive na periferia de Agra, cidade onde se situa o resplandecente Taj Mahal, mas também cidade superpovoada de Uttar Pradesh, um dos mais pobres entre os 25 estados indianos. Maya se casou e teve seus filhos muito cedo, como é comum nesse estado onde quatro pessoas em cada cinco não sabem ler e onde, devido a uma supermortalidade feminina, existem 882 mulheres para cada 1.000 homens [...]. Em Uttar Pradesh que, com seus 139 milhões de habitantes, poderia ser o sétimo país do mundo, a política de controle de nascimentos revelou-se um fiasco, e o número de filhos por mulheres se eleva a 5,1 contra 3,6 no conjunto da Índia.

Ela se chama Annie, tem 35 anos e é católica. Seu marido é bombeiro. Ela vive numa cabana pobre em Alleupey, em Kerala, sul da Índia. Sua casa não tem nem água corrente nem esgoto, e sua família não ganha o suficiente para fazer duas refeições diárias. Mas ela sabe ler e escrever, trabalha, convenceu o marido a parar de beber e não teve seus filhos cedo. Em Kerala, 87% da população é alfabetizada, a taxa de mortalidade infantil é uma das mais baixas da Índia (17 por mil, contra 98 por mil em Uttar Padresh!) e o número de filhos por mulher gira em torno de 1,8.

No universo indiano, Kerala pode ser considerada um exemplo de sucesso em matéria de saúde, educação e planejamento familiar, que, se espalhar pela ‘maior democracia do mundo’, pode ajudar a resolver os problemas demográficos do país.”

PHILIP, Bruno. La population mondiale em mutation. Le monde, Dossiers ET documents, Paris, n. 277, p. 8, jun. 1999.

Em TERRA, Lygia, ARAUJO, Regina e GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. São Paulo, Moderna, 2008.

clip_image011

clip_image012

clip_image013

O Sistema de Castas na Índia

A Índia é um país asiático que possui uma população de aproximadamente 1,1 bilhão de habitantes. Desse total, cerca de 75% são seguidores da religião hindu. A principal religião da Índia interfere diretamente na estruturação social, uma vez que o hinduísmo divide a sociedade em castas.

A divisão da sociedade em castas é determinada a partir da hereditariedade. As castas se definem de acordo com a posição social que determinadas famílias hindus ocupam. Fator que estabelece um tipo de “hierarquia” social marcada por privilégios e deveres.

Em um primeiro momento existiam somente quatro tipos de castas na Índia, que eram: os brâmanes (composta por sacerdotes), xatrias (formada por militares), vaixias (constituída por fazendeiros e comerciantes) e a mais baixa, os sudras (pessoas que deveriam servir as castas superiores).

As pessoas que não faziam parte de nenhuma das castas recebiam o nome de párias ou intocáveis. Pessoas excluídas que tinham a incumbência de realizar os mais deploráveis trabalhos, aqueles rejeitados por indivíduos que integrava alguma das castas.
Atualmente, existem cerca de 3 mil castas distintas na Índia. A proliferação do número de castas se deve, principalmente, pelo crescimento populacional e também pelo dinamismo e diversidade das atividades produtivas, promovidas pelo crescimento econômico que o país vem passando nos últimos anos.

Esse sistema tem como principal característica a segregação social, determinando a função das pessoas dentro da sociedade indiana.

Tal segregação resulta em desigualdade social, que é explicada pelo fato de um indivíduo não poder ascender para uma casta superior.

Segundo o governo indiano, o sistema de castas não existe mais no país. Apesar do governo não admitir, a verdade é que esse sistema está presente na sociedade, interferindo diretamente na qualidade de vida da população indiana.

Por Eduardo de Freitas

Graduado em Geografia

Equipe Brasil Escola

Na sociedade liberal, vivemos em uma cultura onde muitos acreditam que qualquer um pode ascender em termos sociais e econômicos por meio das riquezas acumuladas. Contudo, na Índia, trabalho e riqueza são parâmetros insuficientes para que possamos compreender a ordenação que configura a posição ocupada por cada indivíduo. Nesse país, o chamado regime de castas se utiliza de critérios de natureza religiosa e hereditária para formar seus grupos sociais.

Segundo algumas pesquisas, o regime de castas vigora a mais de 2600 anos na Índia e tem origem no processo de ocupação dessa região. A primeira distinção desse sistema aconteceu por volta de 600 a.C., quando os arianos foram diferenciados dos habitantes mais antigos e de pele mais escura pelo termo “varna”, que significa “de cor”. A partir de tal diferenciação, os varna foram socialmente ordenados de acordo com cada uma das partes do corpo de Brahma, o Deus Supremo da religião hindu.

No topo dessa hierarquia, representando a boca de Brahma, estão os brahmin. Em termos numéricos representam apenas 15% da população indiana e exercem as funções de sacerdotes, professores e filósofos. Segundo consta, somente uma pessoa da classe brahmin tem autoridade para organizar os cultos religiosos e repassar os ensinamentos sagrados para o restante da população.

Logo abaixo, vêm os kshatriya que, segundo a tradição, seriam originários dos braços de Brahma. Estes exercem as funções de natureza política e militar e estão diretamente subordinados pelas diretrizes repassadas pelos brâmanes. Apesar desse fato, em diversos momentos da história indiana, os kshatriya organizaram levantes e motins contra as ordenações vindas de seus superiores.

Compondo a base do sistema de castas indiano, ainda temos os vaishas e shudras. Os primeiros representam as coxas do Deus Supremo e têm como função primordial realizar as atividades comerciais e a agricultura. Já os shudras estabelecem uma ampla classe composta por camponeses, operários e artesãos que simbolizam os pés de Brahma. Há pouco tempo, nenhum membro desta casta tinha permissão para conhecer os ensinamentos hindus.
Paralelamente, existem outras duas classes que organizam a população indiana para fora da ordem estabelecida pelas castas. Os dalit, também conhecidos como párias, são todos aqueles que violaram o sistema de castas por meio da infração de alguma regra social. Em conseqüência, realizam trabalhos considerados desprezíveis, como a limpeza de esgotos, o recolhimento do lixo e o manejo com os mortos. Uma vez rebaixado como dalit, a pessoa coloca todos seus descendentes nesta mesma posição.

Os jatis são aqueles que não se enquadram em nenhuma das regras mais gerais estabelecidas pelo sistema de castas. Apesar de não integrarem nenhuma casta específica, têm a preocupação de obterem reconhecimento das castas superiores adotando alguns hábitos cultivados pelos brâmanes, por exemplo. Geralmente, um jati exerce uma profissão liberal herdada de seus progenitores e não resignificada pela tradição hindu.

Oficialmente, desde quando a Índia adotou uma constituição em 1950, o sistema de castas foi abolido em todo o território. Contudo, as tradições e a forte religiosidade ainda resistem às ações governamentais e transformações econômicas que atingem a realidade presente dos indianos. Enquanto isso, o regime tradicional já contabiliza mais de três mil classes e subclasses que organizam esse complexo sistema de segmentação da sociedade indiana.

Por Rainer Sousa

Equipe Brasil Escola

Teorias demográficas

Teoria de Malthus

- 1798 – Ensaio sobre a população – Thomas Robert Malthus – pastor anglicano

- Revolução Industrial – grande crescimento demográfico

- a população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais etc., tenderia a duplicar a cada 25 anos – População cresce em progressão geométrica (PG)

- a produção de alimentos não acompanha o crescimento da população e tem uma limitação natural em termos de áreas de produção – produção de alimentos cresce em progressão aritmética (PA)

- a consequência desse descompasso seria a miséria e a fome

- a solução seria a limitação do número de filhos de acordo com as condições de renda e estímulo à abstinência sexual

- as principais críticas à Teoria de Malthus surgiram de grupos marxistas que acreditavam que ela defenderia a manutenção da estrutura social desigual e a qualidade de vida dos mais ricos não acabando com a pobreza.

- a produção de alimentos teve um grande aumento, o que contraria as ideias de Malthus, assim com a natalidade teve uma redução ao longo do tempo.

Neomalthusianismo

O grande crescimento demográfico registrado a partir da II Guerra Mundial, especialmente nos países mais pobres, leva a uma retomada, com nova roupagem, das teorias de Malthus, surgindo as idéias neomalthusianas.

“Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes econômicos.

Verifica-se que essa teoria, embora com postulados totalmente diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da miséria. Seus defensores passam a propor, então, programas de controle da natalidade nos países subdesenvolvidos mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais. É uma tentativa de enfrentar problemas socioeconômicos partindo exclusivamente de posições contrárias à natalidade, e ainda de acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida que vigoram nos países subdesenvolvidos, apenas com base em uma argumentação demográfica. Além do mais, afirmar que os países subdesenvolvidos desperdiçam em investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo é uma conclusão bastante simplista.”

(MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo, Scipione, 2007)

“Na década de 70, essa forma de enxergar a dinâmica demográfica ganhou adeptos oriundos do movimento ambientalista, que alertavam para os riscos ambientais da ‘explosão’ demográfica. De acordo com eles, o rápido crescimento demográfico se traduziria em pressão sobre os recursos naturais – em especial nos ecossistemas tropicais e equatoriais -, representando assim um sério risco para o futuro do planeta. O controle da natalidade seria uma forma de preservar o patrimônio ambiental para as novas gerações. Entretanto, o padrão de produção e consumo dos países ricos, cuja população parou de crescer, tem impactos muito mais dramáticos sobre o ambiente. Os países desenvolvidos representam cerca de 20% da população mundial, mas consomem a maior fatia dos recursos naturais disponíveis e são responsáveis por 80% da poluição do planeta.”

(TERRA et alii, 2008)

Teoria Reformista

“É necessário o enfrentamento o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.

Para os defensores dessa corrente, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias brasileiras de classe baixa e as de classe média. À medida que as famílias obtêm condições dignas de vida – educação, assistência médica, acesso à informação etc. – tendem a ter menos filhos.

Quando o cotidiano familiar transcorre em condições miseráveis e as pessoas não têm consciência das determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas, vivendo de subempregos, em submoradias e subalimentadas, como esperar que elas estejam preocupadas em gerar menos filhos?

Essa teoria, enfim, é a mais realista, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia-a-dia das pessoas.”

(MOREIRA e SENE)

NEOMALTHUSIANOS

REFORMISTAS

- O grande crescimento populacional desvia investimentos das atividades produtivas causando pobreza;

- Explosão demográfica – deve ser contida com campanhas antinatalistas;

- Superpopulação – excedente populacional;

- Planejamento familiar – disseminação de métodos contraceptivos com atuação órgãos como a Fundação Ford e Rockfeller;

- Eco-malthusianos – a pressão demográfica nos países subdesenvolvidos afeta os recursos naturais.

- Saúde e educação não são gastos e, sim, investimentos e a pobreza é conseqüência da má distribuição de renda;

- Transição demográfica – depois de um período de grande crescimento demográfico, há tendência de estabilização;

- Superpopulação relativa – o excedente ocorre em relação às condições sócio-econômicas;

- Planejamento familiar – dar condições para as pessoas escolherem o número de filhos e o método contraceptivo ideal;

- São os países ricos que consomem a maior parte dos recursos naturais do planeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário